quinta-feira, 2 de junho de 2011

Existem doentes entre nós...

   Um leve mergulho em mentes desgastadas por este transtorno chamado Esquizofrenia. É o que os filmes Uma Mente Brilhante e O Solista proprõe àqueles que se dispuserem a assistí-los. Uma breve visão do que passam estas pessoas, reféns de suas próprias mentes, que as enganam com falas e/ou visões que distorcem a realidade e as levam a uma vida sofrida e excluída.
 
    Este sofrimento só elas passam, e não conseguem compartilhar com ninguém. Todos podemos compartilhar uma dor no corpo, um resfriado, ou até doenças mais graves como um cançer. Porém a esquizofrenia deixa suas marcas na mente, embaralha, bagunça o pensamento, e vai minando aos pouquinhos a vida daqueles que a tem.

    Os chamados "loucos" são na verdade, como já foi dito, reféns... E conhecemos tão pouco a respeito deles... Do seu sofrimento, só eles sabem. Porém o resultado do seu desajuste, desgaste, sofrimento interno, pode sim, acabar por nos afetar, como sociedade como um todo, na figura até de um atitude brutal, como a que ocorreu na escola do Realengo, no Rio, onde várias crianças perderam a vida... Porém o que primeiro perdeu a sua vida foi o próprio... Quem leu sobre o passado de Wellington sabe o quanto esta mente foi perturbada (não sei se por esquizofrenia, mas com certeza, foi perturbada). E o quanto também foi abandonada...

    Não quero aqui culpar nem descuplar ninguém. Só acho que a nossa sociedade não está preparada para entender estas pessoas. Precisamos, de alguma forma, saber da existência destes transtornos. Pois assim como existem familiares que buscam ajudar seus entes queridos a chegar o mais próximo possível de uma vida normal, também sabemos que muitos destes "doentes" não tem ninguém por eles... Além disso, quem não tem um bom convênio, não consegue pagar um tratamento particular, pois é demasiado caro... Na verdade é isto, estamos quase que todos despreparados, excluíndo-se desta lista aqueles que já convivem com um destes transtornos, são familiares ou fazem parte do quadro clínico que trata estas pessoas. Não compreendemos que a "loucura" pode ser tratada, acompanhada, minimizada... Que estas pessoas podem levar uma vida normal, ou perto disto...

    Porque todo este discurso? Tenho um caso destes na família, e levei muito tempo para compreender... e depois para aceitar, e depois para tomar coragem e agir... Acho que se tivéssemos uma visão, mesmo que mínima, de que estas doenças existem e de que podem ser tratadas, estaríamos mais preparados para enfrentá-las e compreendê-las, caso ocorram na nossa família, com um colega de escola ou trabalho, ou até mesmo com um desconhecido com o qual porventura cruzemos na rua... Esta visão poderia nos ser passada na escola. Aprendemos tantas coisas, que mesmo importantes, nunca utilizamos... Porque não aprender algo sobre estas doenças, saber ao menos que existem? Pois nestes casos, o conhecimento ainda é a nossa maior e melhor arma...

    Beijos a todos.